Observadores não crêem em grandes avanços na OMC

08/08/2005 - 7h04

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A avaliação dos embaixadores que negociam acordos na Organização Mundial de Comércio (OMC) é a de que os próximos meses são o momento decisivo para avançar realmente em acordos. Quem observa de fora, no entanto, não acredita que esses avanços cheguem. Ou mesmo, esperam para que não venham.

Um deles é o economista Adhemar Mineiro, do Departamento Intersindical de Estudos Sócio Econômicos (Dieese) e consultor da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip). Mineiro destaca que, formalmente, todos os discursos em Genebra foram de manter o nível de ambição. Mas sua organização, a Rebrip, avalia que é melhor para os países em desenvolvimento que todas as ambições não se realizem.

"Cobraram responsabilidade, flexibilidade... Usaram vários termos sinalizando, na verdade, que para se manter a ambição e os prazos será preciso ser mais concessivo nas conversas", avalia. Ou seja, em troca de concessões na área agrícola, os países ricos estariam esperando generosas ofertas em áreas como propriedade intelectual.

Um dos que não acreditam no sucesso próximo da OMC é Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), instituição privada que acompanha acordos internacionais."Tem muito mais coisas a serem resolvidas que outros setores, pois há várias coisas que nunca foram disciplinadas", avalia.