Ministro diz que Brasil poderá exportar urânio enriquecido dentro de dez anos

08/08/2005 - 13h01

Rio, 8/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - Dentro de dez anos, o Brasil poderá se tornar exportador de urânio enriquecido. A estimativa foi feita hoje (8) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Segundo ele, o país tem atualmente a sexta maior reserva de urânio do mundo, mas um estudo mais detalhado pode dar ao Brasil o terceiro lugar no ranking.

"Se nós soubermos, e nós sabemos, enriquecer o urânio, eventualmente poderemos até ser exportadores de urânio enriquecido", disse Rezende. De acordo com ele, até o fim deste ano, o país deve conseguir a autorização definitiva para enriquecer urânio, visando exclusivamente à produção de combustível para energia nuclear. Ele ressaltou, entretanto, que a possibilidade de exportar o minério não deve ser descartada.

O ministro lembrou que, para vender urânio enriquecido no mercado internacional, seria necessário investir em tecnologia, para aumentar a produção, e mudar a Constituição brasileira, que descarta a exportação de urânio pelo país. "Um país que tem a sexta, quarta ou terceira reserva de urânio do mundo tem de ter a capacidade de exportar esse produto porque é um produto de alto valor agregado, estratégico para o mundo", destacou Rezende.

Sobre o Programa Nuclear Brasileiro, o ministro disse que as discussões sobre o assunto vão ser aceleradas. "Não temos ainda um programa acabado para isso. Nós temos um programa nuclear que está em discussão, e essa discussão será acelerada nos próximos meses, pois precisamos nos posicionar no mundo", afirmou o ministro.

Sérgio Rezende informou que o país gasta aproximadamente US$ 15 milhões por ano para importar urânio enriquecido. "Se o Brasil tiver um programa nuclear pacífico, para geração de energia mais ampla, vai precisar de mais urânio e, eventualmente, a exportação poderá ser crescente, até porque, à medida que o preço do petróleo aumente, não tenha dúvida de que todos os combustíveis energéticos terão os preços aumentados", salientou Rezende.

O ministro da Ciência e Tecnologia participou hoje, no Rio, da solenidade de posse do novo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Odilon Marcuzzo.