Hospital do Rio pára por uma hora para chamar atenção sobre falta de recursos

08/08/2005 - 12h50

Rio, 8/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os servidores do Hospital da Lagoa fizeram hoje (8) uma paralisação de uma hora para chamar a atenção da sociedade sobre as dificuldades que vêm enfrentando com a falta de recursos e baixos salários. O hospital é uma das poucas unidades de saúde pública do estado que não aderiram à greve nacional da seguridade social, iniciada em 2 de junho.

Durante a paralisação, nenhum tipo de atendimento foi prestado e os pacientes receberam uma carta explicando os motivos da manifestação.

Segundo a presidente da Associação dos Servidores do Hospital da Lagoa, Bernadete Maia, enfermeira da unidade há 25 anos, a adesão à greve será o último recurso dos servidores. Antes disso, eles acreditam na possibilidade de negociações com o governo federal.

Bernadete Maia informou que, com a mudança de comando no Ministério da Saúde, ainda não tomaram posse os novos diretores das quatro unidades que podem voltar à administração do governo federal: os hospitais da Lagoa, Andaraí, Cardoso Fontes e de Ipanema.

"A gente não pode mais continuar esperando o César Maia (prefeito do Rio) e o ministro da Saúde (Saraiva Felipe) assinarem um contrato, porque está em jogo a questão funcional. Temos quase mil funcionários que são do município cedidos aqui para o hospital. A gente tem que definir para onde vão esses funcionários. A gente tem que definir concurso público e uma série de coisas", disse Bernadete. De acordo com ela, continuam respondendo pela direção dessas Unidades, as pessoas indicadas pela governo municipal.

No início de maio, chegou a ser anunciado um acordo entre a Prefeitura e o Ministério da Saúde para o retorno das unidades que vinham sendo administradas pela Prefeitura do Rio ao governo federal.

Bernadete Maia informou que os servidores vão fazer quarta-feira (10) uma passeata pelo bairro do Jardim Botânico, onde se localiza o hospital, e em seguida realizarão uma assembléia, para discutir as medidas que pretendem tomar com relação ao movimento de greve. Ela garantiu que o atendimento será prestado sem interrupção.

"No dia da passeata, o hospital vai atender normalmente. Todas aquelas pessoas que estão agendadas podem procurar o hospital da Lagoa", afirmou.

Caso os servidores decidam pela adesão à paralisação nacional, será montado um esquema de atendimento. "Vamos pensar, de repente, em não marcar consultas de primeira vez e continuar atendendo as que já estão marcadas. Vamos tentar fazer a coisa mais tranqüila possível", disse.