Fracasso na OMC poderia colocar em xeque sistema multilateral, afirma economista

08/08/2005 - 7h05

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – "Se não houver acordo até dezembro, como fica o sistema de regulação multilateral de comércio?". A preocupação vem do economista Adhemar Mineiro, do Departamento Intersindical de Estudos Sócio Econômicos (Dieese) e assessor da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip). Contrário ao conteúdo das negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC), o economista teme quais soluções surgiriam em caso de fracasso da 6ª Conferência Ministerial da OMC.

Na avaliação de Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), instituição privada que acompanha acordos internacionais, o maior risco da Rodada é de que toda a ambição presente no mandato se perca e o resultado seja "pífio". "Aí a gente só vai retomar esse processo de OMC daqui a 15 ou 20 anos e, nesse ínterim, vai haver uma explosão de acordos comerciais, uma explosão de problemas no mundo em anti-dumping, salvaguardas, novas barreiras que serão criadas ao comércio", prevê.

O presidente do Instituto Ícone acredita que para o Brasil isto seria especialmente grave: "Estamos avançando muito lentamente nas frentes regionais. A Alca e o acordo com a União Européia estão parados, o acordo com a América do Sul avançou de forma muito insuficiente, o Mercosul está desandando. A gente não tem hoje um plano B, temos a OMC".