Emissoras devem fazer campanha na TV com objetivos da classificação indicativa

08/08/2005 - 17h04

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As emissoras de televisão vão fazer campanha informando o telespectador sobre os objetivos da classificação indicativa para a TV. Segundo o diretor do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (DJCTQ), do Ministério da Justiça, José Eduardo Elias Romão, para reforçar o caráter educativo e pedagógico das medidas, "as tevês se prontificaram a fazer uma campanha conosco de esclarecimento da população em geral da utilidade da classificação indicativa".

Romão é um dos representantes do Ministério da Justiça no Grupo de Trabalho da Classificação Indicativa de TV. As últimas reuniões do grupo ocorreram na semana passada. "As televisões têm colaborado participando do grupo de trabalho, debatendo conosco, apresentando seus interesses – há interesses de mercado que também se vinculam à exibição de programas – mas vêm compreendendo a necessidade de se produzir programação de qualidade e que respeite o interesse da criança e do adolescente".

O diretor destacou que as próprias emissoras que acompanharam as discussões do grupo de trabalho se colocaram à disposição para dar maior visibilidade à classificação indicativa. "O esforço nesse momento é não reduzir a classificação indicativa a uma indicação de faixa horária ou faixa etária. É isso que a confunde com a censura e é isso que o Ministério da Justiça e as entidades que participaram do grupo não julgam conveniente. Temos a convicção de que se a população receber uma informação mais límpida, mais clara, mais direta sobre o conteúdo, sobre o que analisado pelo Ministério da Justiça, certamente terá melhores condições de decidir qual programa é adequado para o seu filho, qual programa tem ou não qualidade", ressaltou Romão.

De acordo com ele, a classificação indicativa é uma atribuição do Estado, e o papel das emissoras é o de divulgar as informações sobre a programação ao público. Mas, na avaliação de Romão, elas não vêm cumprindo essa função de forma satisfatória. "Na maioria dos programas do horário livre, eu faço uma checagem constante, e os programas que são monitorados apresentam a informação, a qual nós chamamos de resultado da classificação indicativa, ou seja, elas dizem ao final, no canto da tela, no alto, não há padrão para isso, contudo, elas informam de um jeito bastante discreto sobre a faixa etária, a faixa horária atribuída. Isso nós julgamos como insuficiente e parece que as tevês concordam conosco", salientou.

Segundo ele, um dos instrumentos em estudo para facilitar a compreensão do telespectador é o uso de símbolos, que caracterizariam os tipos de classificação dos programas. "É como um código de trânsito: você tem regras e normas, como a de que o pedestre tem prioridade sobre a faixa, mas tem uma placa que diz isso e as pessoas entendem a partir dos sinais de trânsito", comparou.