Analistas de mercado prevêem saldo de US$ 38 bilhões na balança comercial

08/08/2005 - 13h20

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O bom comportamento da balança comercial no mês de julho, quando o saldo (exportações menos importações) ultrapassou US$ 5 bilhões, fez com que os analistas de mercado consultados pelo Banco Central elevassem mais uma vez a previsão de saldo no ano.

A média das previsões, que era de US$ 37 bilhões, na pesquisa anterior, passou agora para US$ 38 bilhões, e a estimativa de saldo para o ano que vem também cresceu de US$ 30,75 bilhões para US$ 31,43 bilhões.

As projeções mostradas no boletim Focus, distribuído hoje pelo BC, indicam crescimento também no saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior. A previsão da pesquisa anterior indicava saldo de US$ 10 bilhões, agora aumentada para US$ 10,75 bilhões, e a estimativa para 2006 cresceu de US$ 4 bilhões para US$ 4,40 bilhões.

Aumentou, também, a estimativa de entradas de investimento estrangeiro direto no setor produtivo. A previsão anterior, de US$ 15,40 bilhões, passou para US$ 15,45 bilhões, aproximando-se da projeção do BC, que é de US$ 16 bilhões.

De acordo com o boletim Focus, a produção industrial brasileira no ano será de 4,48% - um pouco melhor que os 4,40% da pesquisa anterior; e a projeção para 2006 também indica crescimento de 4,25% para 4,43%. A melhora não se reflete, porém, na expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país.

Segundo os analistas de mercado, o crescimento do PIB será mesmo de 3% neste ano, e de 3,50% no ano que vem. O reflexo será sentido, porém, na relação entre divida líquida do setor público e PIB, que deverá cair da previsão anterior de 51,32% para 51,20% neste ano (50% em 2006).

A pesquisa do BC indica, ainda, mais uma queda na cotação do dólar, que deve encerrar o ano valendo R$ 2,51 contra previsão anterior de R$ 2,55 (R$ 2,75 no final de 2006). Houve, contudo, leve piora com relação à taxa básica de juros (Selic) – a previsão de encerrar o ano em 17,88%, na semana passada, aumentou para 18% (15,75% no final do ano que vem).