Karina Cardoso
Da Agência Brasil

Brasília - Em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Coordenação de Laboratórios em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou a Rede de Monitoramento e Controle da Resistência Microbiana em Serviço de Saúde. O objeto é elaborar ações integradas para combater a resistência dos microorganismos aos antibióticos.

Segundo a gerente de Prevenção de Infecção Hospitalar da Anvisa, Adélia Marçal Santos, a resistência microbiana pode ser atribuída a diversos fatores, entre eles a falta de estrutura dos laboratórios do país. Adélia disse que 30% dos laboratórios brasileiros não oferecem exames microbiológicos, e os que oferecem demoram a entregá-los aos pacientes. "Até chegar ao médico, já passou muito tempo, e isso atrapalha o tratamento", afirmou.

Adélia Santos ressaltou que há também erros de prescrição médica. "Muitos médicos, por medo de errar no tratamento do paciente, ou em decorrência do resultado equivocado dos laboratórios, indicam o remédio mais forte. O problema se resolve no primeiro momento, mas a resistência àquele medicamento aumenta", explicou.

De acordo com Adélia, esse problema de saúde pública aumenta os casos de morbidade e o número de doenças associadas à primeira infecção. Ela acrescentou que o problema também provoca o encarecimento dos custos do tratamento e da internação.

O projeto da Rede de Financiamento e Controle está previsto para ocorrer até 2009. Já foram feitos levantamentos dos problemas mais comuns dos laboratórios, e está sendo realizado o treinamento dos técnicos que trabalham na execução de exames.