Lucas Parente
Da Agência Brasil
Brasília – O Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ocupam uma fazenda do Grupo Votorantim no município de São Lourenço da Mata, aproximadamente 40 quilômetros de Recife, negocia com a Polícia Militar, o Incra, o Ministério Público e com o governo de Pernambuco um acordo para a desocupação pacífica da área ao longo de cinco dias. Isso possibilitaria que as famílias encontrassem um lugar para se mudar até a colheita de parte da lavoura dos sem-terra.
A superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Pernambuco, Maria de Oliveira, está na propriedade negociando para que a ação de desocupação da área seja suspensa por alguns dias. Ela explica que as famílias ligadas ao MST produzem alimentos no Engenho São João.
Um dos líderes dos sem-terra no acampanhamento Chico Mendes, Joba Alves, afirmou em entrevista por telefone que tenta negociar. "A gente fez uma conversa com o governo do estado para não fazer o despejo das famílias em menos de cinco dias. Nós nos colocamos à disposição que nesse prazo sairemos do local. Nós identificarmos uma área para não colocar em risco a vida dos trabalhadores", disse.
O comandante Luiz Meira coordena a operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar no engenho São João. Segundo ele, a negociação com a Justiça e com os sem-terra está em curso, mas o Grupo Votorantim estaria "intransigente" com a possibilidade de ampliar o prazo para a reintegração.