Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O procurador da Fazenda Nacional, Glênio Guedes, deve ser o próximo chamado pela Polícia Federal para depor no processo de investigação de um suposto esquema de corrupção nas estatais. O delegado Luiz Flávio Zampronha, responsável pelo caso, espera ouvi-lo ainda na próxima semana. A agenda da ex-secretária Fernanda Karina Somaggio, atualmente em poder da Polícia Federal, contém anotações que demonstrariam a existência de relação entre o procurador e o empresário Marcos Valério.
"É justamente esse relacionamento que pretendemos esclarecer com o depoimento", afirma o delegado Zampronha. No início do mês, o procurador Glênio Guedes foi afastado das funções que ele detinha no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. O afastamento foi determinado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão administrativamente subordinado ao Ministério da Fazenda.
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional tem como atribuição, entre outras funções, examinar previamente a legalidade dos contratos, acordos, ajustes e convênios que interessem ao Ministério da Fazenda, inclusive os referentes à dívida pública externa.
O procurador Glênio Guedes era representante da procuradoria no conselho e não tinha direito a voto. De acordo com o Ministério da Fazenda, ele exercia essa função desde 1998. Segundo a assessoria do órgão, a procuradoria convocou Guedes para prestar esclarecimentos e instaurou sindicância, com duração de 60 dias, para apurar o caso.