Rio, 7/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os desembolsos de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) alcançaram R$ 20,037 bilhões no primeiro semestre, um acréscimo de 10% sobre o acumulado em igual período do ano passado.
O presidente do BNDES, Guido Mantega, informou que a indústria contina liderando as liberações, com um total de R$ 10,444 bilhões. Isso significa expansão de 39% em comparação a 2004. "A indústria é um excelente termômetro do nível de atividade. A indústria puxa o nível de atividade. Então, ele é o melhor termômetro dos vários possíveis na economia", disse.
Dentro do setor industrial, os destaques em 2005 foram os segmentos de mecânica e metalurgia, definidos por Mantega como "o coração dos bens de capital": os desembolsos registraram aumento de 174% e 85%, respectivamente. Outros destaques são os segmentos de material de transporte (34%), papel e celulose (34%), e química e petroquímica (30%).
Entre os destaques negativos, o presidente do BNDES citou a agropecuária (-31%), setor têxtil (-46%) e agroindústria (- 24%). No caso da agropecuária, informou que o baixo desempenho decorre de problemas já identificados na divulgação do resultado dos cinco primeiros meses do ano, entre os quais a seca.
Os desembolsos para o setor de infra-estrutura permaneceram praticamente estáveis em relação ao primeiro semestre de 2004, revelando incremento de apenas 1%, porque se trata de um setor "que depende, muitas vezes, de algum grande projeto", esclareceu Mantega. Nesse setor, cresceram as liberações para os segmentos de telecomunicações (32%), transporte terrestre, que engloba caminhões e ônibus (82%) e construção (18%).
Já o setor de energia elétrica registrou queda de 53% nos desembolsos, o que pode ser explicado pela falta de demanda para o programa de reestruturação criado pelo governo federal em 2003. Segundo o presidente do BNDES, como o setor melhorou muito a partir de 2004, várias empresas dispensaram o empréstimo. Por isso, analisou que isso "não é uma coisa negativa". Mantega informou ainda que o apoio de R$ 727,268 milhões aprovado para a Light deverá afetar os resultados somente nos próximos meses, porque o desembolso não é imediato.