Luciana Vasconcelos e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios vai realizar nesta quinta-feira reunião para tentar fechar acordo sobre requerimentos e as próximas convocações. A oposição quer chamar para depor o presidente do PT, José Genoíno, além de Sílvio Pereira (secretário-geral licenciado do PT) e Delúbio Soares (secretário de Finanças licenciado do partido). Se houver um acordo, o relator da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR), acredita que poderão ser votados até 150 requerimentos que envolvem diversas solicitações.

No depoimento desta quarta-feira, o publicitário Marcos Valério disse que sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio o extorquia e que, por isso, abriu um processo contra ela. Ele contou que, ano passado, um jornalista chamado Gilberto Mansur lhe comunicou que a ex-secretária concedeu uma entrevista à revista Isto É. Com a ajuda do jornalista, Valério disse ter procurado o diretor da revista, Domingos Alzugaray, pedindo-lhe um tempo para juntar informações e mostrar que a entrevista de Fernanda Karina era uma farsa. Após um segundo encontro entre os dois, Valério disse que Alzugaray, diante das informações que teriam sido entregues, não publicou a matéria.

Apesar disso, Marcos Valério afirmou que uma outra secretária sua contou para ele que Fernanda Karina havia dito que recebeu dinheiro para conceder a entrevista. Durante a sessão da CPMI, a senadora Heloísa Helena apontou o pagamento de R$ 300 mil a Gilberto Mansur por uma das empresas de Valério. O publicitário afirmou que a remuneração era por um serviço jornalístico "free-lancer".