Flávia Peixoto
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia

Belém – Embora o Mercosul contribua para recordes históricos da balança comercial brasileira – segundo a coordenadora a área de Integração do Ministério do Desenvolvimento e Indústria e Comércio Eliane Fontes –, ele ainda não faz parte da dinâmica econômica do norte do país. "Por enquanto, não comercializamos nada com o Mercosul", informou Frankely Mota, representante da Paramazoncoop, uma cooperativa de produtores da Amazônia.

Durante o 3º Encontro com o Mercosul, seminário realizado em Belém na última quinta-feira (30), o fator logístico foi apontado como a maior barreira para a integração da Amazônia ao restante do país e ao Mercosul. Conseqüentemente, problemas como altos tributos, ausência de fluxos diretos com o Mercosul, fretes rodoviários proibitivos e infra-estrutura precária de portos e rodovias também são indicados como as grandes dificuldades na relação entre o norte do país e o Mercosul.

Tantos motivos fazem com que o bloco – que tem o Brasil como um dos integrantes – seja o último na lista exportadora do Pará, por exemplo. O estado exporta em média 36% para União Européia, 31% para o Bloco Asiático, 22% para Nafta e apenas 2% para o Mercosul.

O 3º Encontro com o Mercosul faz parte de um ciclo de seminários organizado pelo governo federal, em parceria com o Foro Consultivo Econômico-Social do Mercosul (FCES), órgão de representação dos setores empresariais e sindicais dos países que integram o bloco (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

Para se conhecer as realidades da interação das diversas regiões do país com o Mercosul é que se iniciaram os seminários Encontro com o Mercosul, neste ano. Em março, Recife (PE) inaugurou o ciclo de seminários. Salvador (BA) deu continuidade à iniciativa no mês de maio e, desta vez, Belém (PA) reafirmou as dificuldades de comunicação da região norte com o Brasil. Campo Grande (MS) deve ser o próximo local do encontro.