Melina Fernandes
Da Agência Brasil

São Paulo – A pedagoga Maria da Conceição Maia de Oliveira, mais conhecida como Concita Maia, dedica sua vida aos movimentos sociais. Ela luta em defesa dos direitos humanos das mulheres da Floresta Amazônica e é uma das idealizadoras do Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (Mama) – uma rede regional feminista, ambientalista e não-governamental, presente nos nove estados da Amazônia Legal brasileira (Pará, Maranhão, Amazonas, Amapá, Tocantins, Roraima, Rondônia, Acre, Mato Grosso).

"Essa indicação (para o Nobel da Paz de 2005) significa a afirmação da representação das mulheres da floresta, das mulheres da Amazônia, que estão ainda na invisibilidade ou que necessitam de um olhar mais atento de políticas públicas concretas e eficazes, como as parteiras tradicionais da floresta, as quebradeiras de coco, as pescadoras, as artesãs", afirma Concita.

Segundo ela, a região ainda tem muitas deficiências. As mulheres da Amazônia necessitam de documentação para provar que são cidadãs e atenção especial à saúde e à educação. E, para a pedagoga, a indicação deve dar mais visibilidade ao projeto. "É um momento fecundo para que possamos avançar na nossa luta pela dignidade das mulheres e de todos os habitantes da Amazônia e do planeta Terra."

Concita, 52 anos, desenvolve também trabalho de orientação ao Grupo de Mulheres do Acre, Sul do Amazonas e Nordeste de Rondônia. Seus bisavós eram Nawas, um dos povos indígenas do Alto Juruá (AC). Ela é educadora popular e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A idéia de indicar mil mulheres para o Nobel da Paz de 2005 surgiu por terem sido premiadas apenas 13 mulheres em 104 anos da existência do prêmio. O prêmio tradicionalmente é entregue em Oslo, capital da Noruega, no dia 10 de dezembro, data de aniversário de morte do fundador do prêmio, o sueco Alfred Nobel, e é concedido pela Fundação Nobel, com sede em Estocolmo. Os nomes vencedores habitualmente são revelados em outubro.