Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A professora aposentada Albaniza Rezende Andrade, 60 anos, conta que passou a vida inteira sem praticar esportes. No início do ano, após uma crise de fibromialgia (uma espécie de dor muscular), dona Albaniza tomou uma decisão que mudou a sua vida. "Desde 1º de fevereiro eu estou aqui no parque, faço dança de salão, ioga e caminhada todos os dias. Estou ótima, maravilhosa, e a fibromialgia não repetiu, só com os exercícios físicos e sem tomar remédio". Para estimular que mais brasileiros comecem a praticar esportes e cuidar da alimentação, o governo federal lançou hoje (25) o programa Brasil Saudável.
Um estudo do Ministério da Saúde mostra que, em média, 40% dos brasileiros adultos são sedentários. A mesma pesquisa revela que 40% dos brasileiros estão acima do peso ideal. Os dados foram colhidos em 2003 em 16 capitais do país.
Para mudar essa realidade, o ministério disponibilizará R$ 8,7 milhões para a construção de mais de 230 núcleos de atividades físicas em todas as capitais do país até 2006. O governo estima que cada núcleo de atividade física terá impacto na vida de 30 mil a 40 mil pessoas. No total, mais de oito milhões de brasileiros poderão ser beneficiados.
Esses espaços funcionarão como academias populares, onde as pessoas poderão praticar esportes e ter acesso gratuito a orientações de professores de educação física e nutricionistas. Além dos núcleos, o ministro da Saúde Humberto Costa afirmou que serão adaptados espaços públicos já existentes para a realização de atividades físicas.
"Nas áreas mais pobres do Brasil os espaços não existem para o lazer, para a atividade física, então são ações assim articuladas que vão permitir que essa adesão de hábitos saudáveis aconteça", disse.
O ministro ressalta que doenças não-transmissíveis como infarto, derrame cerebral, enfisema, câncer e diabetes poderiam ser minimizadas, evitadas ou prevenidas com a mudança no estilo de vida da população.
"Todas as pesquisas que nós temos realizado têm demonstrado que uma parte significativa da população, mais de 40%, não desenvolve uma atividade física regular, e aqueles que desenvolvem, também do ponto de vista de pesquisas realizadas, essas pessoas têm uma qualidade de vida melhor, conseguem ter minimizadas as complicações até mesmo quando já são comprometidas por alguma patologia".