Brasília, 11/06/2005 (Agência Brasil - ABr) - A maior adesão à greve dos servidores públicos federais é a dos funcionários do Ministério da Agricultura. A informação é do secretário de Recursos Humanos do ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Segundo ele, "mais da metade dos servidores do órgão aderiram ao movimento".
O diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Ismael César, entretanto, disse que a adesão é ainda maior: já ultrapassa os 80%, com possibilidade de aumento na próxima semana. "Os fiscais federais agropecuários ainda não aderiram à greve, mas farão, na segunda-feira, uma assembléia e há grande possibilidade de entrarem no movimento", afirmou. O mesmo deve acontecer com os funcionários do Intituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Na opinião Ismael César, a greve nesses setores trará graves prejuízos para a população e para balança comercial brasileira. "Do ponto de vista interno, vamos ter perdas para a população, porque todo produto de origem animal ou vegetal tem que passar pelo serviço de inspeção do Ministério da Agricultura. Se não passa, não pode ser comercializado". Ele lembrou que a exportação também exige essa certificação, de acordo com normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Uma tentativa de evitar os prejuízos já foi feita. O diretor da Condsef informou que ontem (10) representantes dos servidores participaram de uma reunião na Secretaria-Geral da Presidência da República para tentar resolver o impasse. "Esperamos que a secretaria interceda pelo grupo junto ao Ministério do Planejamento. Depende do governo abrir essa negociação", disse ele.
A greve dos servidores públicos federais começou no dia 2 deste mês. A categoria reivindica um reajuste de 18%, referente a perdas salariais entre janeiro de 1995 e dezembro de 2004. Os trabalhadores também querem paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.