Temer diz que CPI dos Correios deve apurar também denúncias sobre ''mensalão''

07/06/2005 - 18h24

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), defendeu hoje (07) a ampliação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios para que também apure denúncias do suposto pagamento de mesada a parlamentares do PP e do PL em troca de apoio ao governo. "Ou a CPMI dos Correios se amplia para examinar o mensalão, ou se estabelece uma nova CPMI para examinar essas denúncias ", disse Temer.

Segundo o deputado, são duas denúncias distintas, mas que podem ser examinadas por uma única CPMI. "O que é importante é que se investigue. Nenhum dos fatos poderá deixar de ser investigado por CPIs", afirmou Temer.

Ele alertou que é preciso ter isenção em todo esse processo de denúncias e não tomar posições apressadas, que podem gerar uma crise política e institucional. "Temos que ter isenção em todo o processo. Fala-se em cassação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), outros se atrevem a falar em impedimento do presidente da República. Acho que são questões que não podem ser examinadas apressadamente. Essas questões, apressadamente ditas, podem gerar uma crise indesejável para o país", ponderou Temer. Para ele, é preciso investigar. Só após as investigações, é que se pode tirar as conclusões, que "não podem ser apressadas".

O presidente do PMDB elogiou a postura dos aliados do governo de apoio à instalação da CPMI. "O governo não deve temer as investigações", disse Temer. Segundo ele, embora as investigações das denúncias de corrupção nos Correios estejam sendo feitas pela Polícia Federal, a CPMI examina aspectos de natureza política. Além disso, as investigações da PF serão muito úteis aos trabalhos da comissão parlamentar, afirmou o deputado. No caso de a CPMI ser ampliada, Temer entende que deve ficar claramente estabelecido que o fato determinado seja, além dos Correios, o mensalão.

Sobre o pedido de demissão da diretoria dos Correios, que deve ser entregue ainda hoje à Casa Civil, Temer disse que será extremamente útil, porque é coincidente com a decisão da Convenção Nacional do PMDB, realizada em dezembro do ano passado, que decidiu pelo afastamento dos peemedebistas do governo. O presidente dos Correios, João Henrique, é do PMDB e foi indicado para o cargo pelo partido.