Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal pediu hoje (07) a prisão de mais 13 madeireiros e despachantes de Rondônia ligados ao esquema de exploração ilegal de madeira em Mato Grosso. A informação é do delegado da PF Tardelli Boaventura, responsável pela investigação. Com isso, subiu para 137 o número de mandados de prisão expedidos pela Justiça a pedido da Operação Curupira.
Segundo Boaventura, 105 desses mandados já foram cumpridos e outras 32 pessoas ainda estão sendo procuradas. As prisões temporárias feitas nos últimos seis dias foram prorrogadas por mais cinco dias pela Justiça.
A operação iniciada na quinta-feira passada (02) é resultado de 20 meses de investigação. A quadrilha – composta por madeireiros, despachantes e funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) do Mato Grosso – atuava havia 14 anos. Apenas nos últimos dois anos, teria sido responsável pela extração ilegal de quase 2 milhões de metros cúbicos de madeira, o equivalente a 76 mil caminhões carregados do produto.
Para extrair a madeira, os funcionários concediam Autorizações para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) de forma irregular. O documento, fabricado pela Casa da Moeda e controlado pelo Ibama, serve para acompanhar o transporte e a origem da madeira. Outra prática do grupo era a criação fictícia de madeireiras e empresas de reflorestamento para justificar a quantidade de madeira explorada, as chamadas empresas "fantasmas". Em todo o estado, foram identificadas 431 empresas fantasmas, que existiam apenas no papel.