Brasília - No dia em que a missionária Dorothy Stang completaria 74 anos (7), centenas de pessoas se reúnem às 10 horas, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para relembrar sua luta pelos povos da floresta e pedir paz no campo, a presença efetiva do Estado na Amazônia e a federalização do crime cometido contra a freira. Irmã Dorothy foi assassinada com seis tiros, no dia 12 de fevereiro, em Anapu (PA), por defender os direitos dos trabalhadores rurais contra os interesses de fazendeiros e grileiros da região. Desde 1972, ela trabalhava com as comunidades rurais de Anapu pelo direito à terra e por um desenvolvimento sem destruição da floresta.
O movimento vai encaminhar um documento ao Palácio do Planalto e outro ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O primeiro pedirá a presença efetiva na Amazônia de órgãos como a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O segundo expressará o apoio das entidades organizadoras do protesto à federalização do assassinato de irmã Doroty. Amanhã (8), o tribunal deverá julgar o pedido apresentado pelo procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, de deslocar para a esfera federal o julgamento do crime.
A manifestação tem a participação de 14 organizações da sociedade civil: Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRI-Transamazônica e Xingu), Fórum Brasileiro de ONGs e
Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS), Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (Fórum Nacional RAJC), Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), Greenpeace, Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), Instituto Socioambiental (ISA) e Terra de Direitos (TDD).