Governo brasileiro acredita em solução pacífica e constitucional para a Bolívia, diz Amorim

07/06/2005 - 12h58

Ana Paula Marra
Enviada especial

Santo Domingo (República Dominicana) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que ainda é prematuro fazer comentários sobre a situação política da Bolívia, mas disse que o governo brasileiro acredita em uma solução pacífica e constitucional para o país.

O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, anunciou ontem (6) o pedido de renúncia, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso. A crise que afeta o país tem como questão central as reservas de petróleo e gás. A nova Lei de Hidrocarbonetos, promulgada recentemente pelo governo boliviano, aumentou os tributos cobrados pelas empresas estrangeiras exploradoras de petróleo e gás natural. Mas os movimentos sociais do país exigem as reservas nacionalizadas e o fim dos contratos de exploração por empresas estrangeiras.

Ao falar com a imprensa da República Dominicana, depois de encontro com o presidente Leonel Fernandes, Amorim afirmou que o Brasil "sempre que solicitado estará disposto a ajudar, junto com países sul-americanos, mas para isso cabe à Bolívia solicitar".

Antes de encerrar a entrevista coletiva concedida à imprensa, Amorim agradeceu ao governo dominicano pelo apoio dado ao Brasil para tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Amorim disse ainda que a visita à República Dominicana, encerrada hoje (7), teve como objetivo estreitar os laços entre os dois países. "Essa visita não foi para firmar contratos, mas para expandir as possibilidades de relações políticas, comerciais e culturais".

O ministro antecipou a volta ao país e embarca daqui a pouco para o Brasil.