Comissão discute amanhã CPI dos Correios

06/06/2005 - 22h47

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara deverá iniciar amanhã a discussão do recurso contra a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. O relator da matéria, deputado Inaldo Leitão (PL-PB), deverá apresentar o parecer sobre a sua constitucionalidade ou não, na reunião marcada para às 15 horas. No dia da leitura do requerimento para criação da CPMI no Congresso Nacional, o deputado João Leão (PL-BA) apresentou recurso à CCJ questionando a constitucionalidade da criação da CPMI. Leão argumenta que o requerimento é inconstitucional porque não determina o fato a ser investigado pela comissão.
Os aliados do governo estão trabalhando para abafar a criação da CPMI já na CCJ. Eles entendem que não há fato determinado no requerimento que propõe a criação da CPMI. A oposição trabalha para convencer os deputados a rejeitarem o questionamento de João Leão. O líder do PFL,Rodrigo Maia (RJ), disse que a intenção da oposição era pedir vistas à matéria para impedir que ela seja votada antes da indicação e instalação da CPMI. Já os aliados do governo se esforçavam para encerrar o assunto já amanhã.
No entanto, com as declarações publicadas hoje pelo jornal Folha de São Paulo, onde o deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente do PTB, acusa deputados do PP e do PL de receberem o "mensalão", as posições de governistas e oposicionistas devem se inverter. "Nós vimos trabalhando com a hipótese da oposição pedir vistas na CCJ, mas já ouvi comentários que a oposição pode mudar de tática e tentar votar o recurso amanhã. Vamos para a CCJ dispostos a votar, mas se em avaliação com os líderes aliados acharmos que seria mais apropriado fazer o debate e não votar amanhã é uma hipótese. Mas nesse momento ela é remota", disse o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP)
O líder governista disse ainda que havendo ou não amanhã qualquer decisão sobre se a CPMI é constitucional ou não, o recurso do deputado João Leão vai seguir o trâmite regimental. "Não temos nenhuma preocupação até porque temos dados e demonstrações seguidas de que os instrumentos do estado brasileiro, comandados pelo Poder Executivo, estão investigando e é para valer", alertou Chinaglia.