Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O subcontrolador-geral da União, Jorge Hage, disse que a Controladoria Geral da União (CGU) não vai investigar as denúncias de um suposto esquema de pagamento de "mesadas" a parlamentares. Hage afirmou que cabe à Corregedoria da Câmara e ao Conselho de Ética da Casa apurar as denúncias porque a CGU fiscaliza apenas o poder Executivo.

"Isso está na área do Congresso, tanto que o presidente da Câmara já se referiu ao fato de que acionaria a Corregedoria da Casa e eventualmente o Conselho de Ética", disse o subcontrolador, em entrevista à Radiobrás. "Nós, da Controladoria, não temos atribuição de chegar até lá porque a nossa atribuição é de exclusivamente a de fiscalizar o uso do dinheiro público dentro do poder Executivo", acrescentou.

Em entrevista publicada ontem (6) pelo jornal "Folha de S. Paulo", o presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), diz ter tomado conhecimento, por intermédio de diversos parlamentares, de que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava uma mesada de R$ 30 mil para deputados do PP e do PL.

Jorge Hage afirmou que lamenta os recentes acontecimentos no cenário político. "Eu apenas posso lamentar, como cidadão, que a atividade política no Brasil esteja neste nível, em que se discute se determinados parlamentares cobram dinheiro pelo apoio a determinados projetos de interesse do país, ou se não cobram; se isso é uma tentativa de parlamentares de outros partidos acusados de determinadas falcatruas de desviar o assunto a respeito do qual estavam sendo acusados".