Agricultores pedem congelamento da dívida ou ajuda do governo

07/06/2005 - 19h09

Danielle Coimbra
Da Agência Brasil

Brasília – Os representantes das federações de agricultura reuniram-se, hoje (07) em Brasília, onde produziram um documento para apresentar amanhã (08) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, pedem a criação de um fundo de apoio aos agricultores para que paguem as dívidas acumuladas na safra 2004/2005.

Outra alternativa pedida pelos agricultores é o congelamento das dívidas. "Solicitamos ao ministro que a safra 2005/2006 fique congelada para termos a solução dos assuntos que faltam ser resolvidos na atual safra", disse presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.

Os agricultores haviam solicitado ao governo R$ 81 bilhões para o plano agrícola deste ano, mas segundo Sperotto, o governo liberou até agora R$ 23,6 bilhões. As federações de agricultores estão se organizando para realizar uma marcha em Brasília. "Está na nossa programação a presença maciça de produtores. O empresário rural quer definições sólidas e permanentes", disse. De acordo com Sperotto, a marcha deve acontecer daqui a 15 dias.

Dentre os motivos da crise na agricultura estão as situações climáticas adversas, como chuvas e secas intensas, o alto custo de insumos e produção e as taxas cambiais. Segundo a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), quando os agricultores compraram produtos para a safra 2004/2005, como fertilizantes, o dólar estava alto. Isso aumentou os custos de produção. Agora, com o dólar baixo, não conseguem repassar os custos para seus produtos.

Os representantes das federações de agricultura de 12 estados brasileiros se reuniram hoje na sede da CNA, em Brasília. Estavam presentes os representantes dos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Mato Grosso e Tocantins.

Segundo dados da CNA, os produtores de Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul foram afetados pela seca. No Mato Grosso, Bahia, Tocantins, Rondônia e Pará, os custos de produção e baixos preços de venda das commodities derrubaram a renda dos agroexportadores.