Primeiras beneficiadas por novo sistema de crédito da Caixa são 1.300 costureiras

06/06/2005 - 16h06

São Paulo, 6/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - Um grupo de 1.300 costureiras é o primeiro beneficiado pelo Sistema Financeiro Inclusivo Caixa. O projeto foi lançado hoje, em cerimônia da qual participou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As beneficiadas poderão abrir uma conta corrente simplificada e ter acesso ao microcrédito produtivo, no valor máximo de R$ 600, para financiar a compra de uma máquina de costura Singer, com preço inferior ao de mercado.

"Tudo mudou. Vou conseguir trazer a renda (para casa), porque sou praticamente o homem e a mulher da casa", disse Solange Aparecida dos Santos Silva, que, representando todas as assistidas pelo programa, recebeu das mãos do presidente Lula uma máquina de costura. A costureira vê nessa oportunidade a chance de aumentar seus ganhos mensais, hoje em torno de R$ 500, que ajudam a sustentar os três filhos e o marido, que sofre do coração.

Além da Caixa Econômica Federal e da Singer, o estilista mineiro Reinaldo Lourenço participa do projeto, com a elaboração de peças exclusivas para a produção das costureiras.

De acordo com o superintendente nacional de Segmentos e Distribuição da Caixa, Cássio Sopko, outras parcerias estão em negociação para comunidades carentes de Belo Horizonte, Fortaleza e Maceió. "Esse processo pode se tornar realidade para outros grupos organizados", ressaltou Sopko.

A Caixa prevê ações para identificação de agrupamentos potenciais - como artesões, marceneiros, catadores de material reciclável e doceiras – para que possam fazer parte do programa. Além do financiamento, o projeto inclui aulas de educação financeira, com dicas sobre o uso do crédito de maneira consciente e sobre abertura e manutenção de um pequeno negócio.

Em seu discurso, o presidente Lula disse que a Caixa está comprovando que é possível um banco ter lucro com uma política de inclusão social. "Nunca se levou muito a sério a organização da sociedade. Nunca se levou muito a sério as cooperativas, o trabalho comunitário nesse país. Se as coisas tivessem sido feitas há muitos anos atrás, certamente a situação seria infinitamente melhor e nós poderíamos estar discutindo um passo novo", afirmou.