Presidente do PFL defende que CPI dos Correios investigue denúncias de Jefferson

06/06/2005 - 19h26

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, disse hoje (06) que o Congresso Nacional tem que fazer a CPI dos Correios sob pena de se desmoralizar perante a sociedade. "E essa CPI tem que punir, custe o que custar, doa a quem doer", afirmou, durante evento da Associação Comercial de São Paulo. "Não queremos fazer pré-julgamentos, mas queremos garantir o pilar indispensável da democracia, que é o Congresso Nacional", enfatizou.

Segundo Bornhausen, desde o período eleitoral de 2004, quando um suposto esquema de mesada a parlamentares foi denunciado pela imprensa, o assunto corria "à boca pequena" no Congresso Nacional. "Naquele tempo, já corria à boca pequena que a formação da base aliada, que foi feita em grande parte por cooptação, tinha extrapolado o limite de liberação de emendas para a mesada, mas ninguém tinha condições de prova. Não se podia abrir uma CPI sem se saber por onde começar, nem quem eram os acusados", lembrou o presidente do PFL.

Na opinião do presidente do PFL, a CPI dos Correios ganha maior dimensão com as denúncias feitas pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, sobre supostas mesadas pagas pelo PT a parlamentares do PP e do PL. "Essa CPI tem que procurar todos os caminhos da corrupção. Se há novas acusações que surgiram em função daquelas acusações iniciais dos Correios, compete a esta CPI a acusação completa de todas as irregularidades", avaliou.

Ele acredita que a CPI é "fundamental" para evitar pré-julgamentos. "Seria um erro da nossa parte considerar, já a priori, como verdadeiro tudo aquilo que foi dito", ponderou.

Bornhausen garantiu que nunca foi procurado por parlamentares do PFL para informar sobre oferta de mesada ao partido, mas levantou suspeita quanto a parlamentares que deixaram o partido. "Nós perdemos, no curso destes dois anos, mais de 25 parlamentares. Destes parlamentares que saíram do PFL, apenas dois foram para a base da oposição, os outros todos foram para o governo", relatou. "Podemos admitir que não suportaram a falta do calor do governo, mas temos que admitir também que eles hoje ficam sob suspeita", afirmou.