Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que, se as iniciativas com o objetivo de facilitar o crédito para a população carente tivessem sido adotadas antes, o país poderia estar exportando mais. "Quem sabe hoje a gente tivesse competindo com a China. E a gente tivesse exportando muito mais roupa que os chineses conseguem exportar. É que nunca se levou muito a sério a organização da sociedade, das cooperativas e o trabalho comunitário nesse país", afirmou.

Ao participar do lançamento do Sistema Financeiro Inclusivo da Caixa Econômica Federal, em São Paulo. Lula afirmou que, quando um governo ouve a "sabedoria popular" tem muito mais chances de acertar. O sistema vai permitir o acesso dos mais pobres aos financiamentos da Caixa. De acordo com o presidente, a iniciativa mostra que é possível ter lucro e uma política de inclusão bancária.

"Um banco público não tem que ter prejuízo. Ele não tem que ser deficitário. No final do ano, na hora de fazer o balanço, ele tem que demonstrar um certo lucro. O que a Caixa Econômica Federal está provando é que é possível ter lucro com uma forte política de inclusão social fazendo com que uma grande parcela da sociedade, que nunca teve apoio de nenhum banco no Brasil, possa agora ter acesso a empréstimos em condições muito mais favoráveis", destacou.

Mais de mil costureiras de bairros pobres da capital paulista vão ser as primeiras beneficiadas pelo projeto. Elas vão receber empréstimos de, no máximo R$ 600, para a compra de máquinas de costura, terão aulas de educação financeira e orientação do estilista mineiro Reinaldo Lourenço para a criação de modelos de roupa. O sistema da Caixa será implantado em nove estados do país.