Lana Cristina e Bruno Bocchini
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro-chefe da Coordenação e Articulação Política, Aldo Rebelo, disse há pouco que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, fez um "comentário genérico", mas não uma denúncia formal, em reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre supostos pagamentos a deputados em troca de apoio ao governo.
"O deputado Roberto Jefferson não fez referência nem a fatos, nem a pessoas, fazendo apenas comentário genérico", disse Rebelo, em entrevista concedida agora há pouco, no Palácio do Planalto. "Quando se discutia a relação entre o governo e o PTB, de passagem, durante essa conversa, o deputado Roberto Jefferson fez referência ao pagamento a parlamentares, na Câmara dos Deputados."
Rebelo disse que o comentário de Jefferson aconteceu em uma reunião em março. Na ocasião, estariam presentes, além do presidente Lula, vários dirigentes do PTB, incluindo Jefferson, o líder do PTB na Câmara, José Múcio (PTB-PE), e o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia. Também estava presente o líder do governo na Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Segundo Rebelo, o presidente Lula pediu a ele e a Chinaglia que o mantivessem informado sobre qualquer informação relacionada ao comentário de Jefferson. "Concluindo a reunião, o presidente solicitou a mim e ao líder Chinaglia informações sobre o comentário do deputado", afirmou. Rebelo disse ainda que Chinaglia verificou a questão junto à Câmara e descobriu que o órgão responsável por apurar denúncias contra deputados havia aberto procedimento de investigação, posteriormente arquivado.
De acordo com o ministro, a Corregedoria da Câmara investigou se havia pagamento a deputados após reportagem publicada pelo "Jornal do Brasil", em setembro do ano passado. Nesse caso, a fonte da informação seria o deputado Miro Teixeira (PT-RJ), ex-ministro das Comunicações. Rebelo lembrou que Teixeira encaminhou carta à corregedoria negando que tivesse passado qualquer informação sobre o assunto ao jornal.