Haiti precisa da soliedariedade ativa do continente americano, diz Amorim

06/06/2005 - 12h46

Ana Paula Marra
Enviada especial

Fort Lauderdale (EUA) – Durante a primeira sessão plenária da 35ª Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), na cidade de Fort Lauderdale, na Flórida, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o continente americano passa por uma situação particularmente trágica: "os problemas enfrentados pelo Haiti". Por isso, disse Amorim, "o Haiti continua a requerer a nossa solidariedade ativa".

Ele reconheceu o trabalho que o Brasil e outros países latinos têm feito, "com dedicação e espírito de sacrifício e solidariedade" no Haiti. "O compromisso do Brasil – e de muitas nações latino-americanas que também enviaram tropas – está baseado na expectativa de que se concretizem as promessas e o oferecimento de assistência feito pela comunidade internacional", informou. "Sem que essas promessas de ajuda se concretizem, a frustração do povo haitiano aumentará, e o próprio sentido da nossa presença naquele país ficará comprometido."

O Haiti é o país mais pobre da América Central e vive instabilidades políticas desde sua independência, em 1804. Em fevereiro do ano passado, o então presidente Jean-Bertrand Aristide deixou o país e asilou-se na África do Sul. O presidente da Suprema Corte, Bonifácio Alexandre, assumiu a presidência, interinamente.

Nesse período, a Organização das Nações Unidas (ONU) foi convocada para apoiar a transição política e manter a segurança interna daquele país. Para isso, foi formada a missão de paz para a estabilização do Haiti, com a presença do Brasil, Argentina, Benin, Bolívia, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, Jordânia e Nepal.