Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O crescimento da indústria de janeiro a abril, os primeiros quatro meses do ano, ficou em 0,38%. É aproximadamente a metade dos índices verificados nos três quadrimestres do ano passado. Os números foram divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A desaceleração foi causada pela alta consecutiva dos juros básicos (taxa Selic), na opinião do coordenador da Unidade de Pesquisa da entidade, Renato da Fonseca e o economista Paulo Mol, da Unidade de Política Econômica. Também apontaram a elevação do real como problema para as exportações. Em entrevista coletiva, eles afirmaram que os dois fatores estão atrelados aos resultados da indústria e se não houver uma mudança desse quadro "é difícil avaliar como será o resultado no final do ano".
Apesar disso está havendo crescimento em índices modestos na oferta de empregos e o uso da capacidade instalada da indústria está em 81,9%, contra 81,7% no ano passado e 79,7% em 2003. Os economistas da CNI afirmam, no entanto, que os indicadores mostram que o empresariado está acreditando em reversão do quadro, por isso não atribuem a situação atual da produção "a um estado de recessão, mas de indecisão, mais que de transição". De qualquer forma, os exportadores estão tendo perdas com as vendas de seus produtos, por causa da situação cambial. A abertura de novos mercados está compensando parcialmente os resultados, segundo eles.