Ana Paula Marra
Enviada Especial
Fort Lauderdale (Estados Unidos) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil é adepto ao princípio da não-intervenção nos assuntos internos de outros estados. Mas, explicou ele, essa não-intervenção não pode significar "indiferença". A afirmação foi feita pelo ministro ao comentar a proposta norte-americana de formar um grupo para tomar medidas que fortaleçam a aplicação da Carta Democrática Interamericana entre os países das Américas.
Em entrevista à imprensa, Amorim reforçou o apoio do governo brasileiro, com o fortalecimento da democracia e o cumprimento da Carta Democrática Interamericana, aprovada pelos 34 países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 2001. A carta reconhece que a democracia representativa é indispensável para a estabilidade, a paz e o desenvolvimento das Américas. "Vemos que a principal ação é a que contribua para a maior inclusão social com base no desenvolvimento", destacou.
Sobre a situação na Bolívia, Amorim voltou a afirmar que o governo está acompanhando os fatos com preocupação. "Mas cremos que cabe aos bolivianos encontrar os caminhos para solucionar as atuais dificuldades políticas que estão vivendo. Se neste processo precisarem de ajuda do Brasil, estamos prontos para ajudá-los, mas esta ajuda tem de partir deles", explicou.
Amorim participa em Fort Lauderdale, na Flórida, da 35ª Assembléia Geral da OEA.