Promotor diz que há provas suficientes para condenar policiais acusados pela chacina de Nova Iguaçu

04/06/2005 - 10h49

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - Durou quase 18 horas o primeiro depoimento à Justiça dos 11 policiais militares do Rio de Janeiro acusados de envolvimento na chacina em que morreram 29 pessoas, no dia 31 de março em Queimados e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O interrogatório dos policiais, na 4ª Vara Criminal do Fórum de Nova Iguaçu, terminou por volta das duas horas da madrugada de sábado. Segundo o promotor Marcelo Muniz, que ofereceu a denúncia sobre o caso e acompanhou toda a sessão, "já há provas judiciais suficientes para condenar os policiais acusados".

O promotor considerou os depoimentos "inconsistentes e incoerentes" e de acordo com ele, a maioria dos policiais entrou em contradição ao ser interrogada pela juíza Elizabeth Machado Louro. Eles negaram a participação nos assassinatos e um chegou a chorar.

No próximo dia 17, a juíza Elizabeth Machado Louro vai ouvir as testemunhas de defesa e de acusação. Depois, a Justiça vai analisar o processo e somente em quatro meses deve decidir se os policiais militares serão levados a júri popular.

Durante os depoimentos dos acusados, os familiares da vítimas fizeram uma manifestação na porta do fórum de Nova Iguaçu, pedindo a condenação dos policiais, que são acusados de
homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha. Após os depoimentos, eles voltaram para as prisões que ocupam nos batalhões e também na Polinter.