Renan diz que aconselhou Lula a não fazer qualquer alteração ministerial neste momento

02/06/2005 - 18h27

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na reunião que teve hoje (2) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugeriu que não se faça qualquer alteração na equipe ministerial neste momento. "Não é hora de reforma ministerial para garantir a iniciativa política. Se fizer uma reforma neste momento vai passar a impressão de que estaria sendo feita para abafar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios", disse Calheiros à Lula.

No entender do presidente do Senado, a reforma ministerial, por si só, não garante a governabilidade. Renan Calheiros destacou que, apesar disso, ainda existem setores que "continuam insatisfeitos com a última reforma". Calheiros colocou ao presidente que o momento político requer a garantia de implementação de uma agenda de crescimento para o país.

No encontro, o presidente do Senado entregou uma série de propostas nos campos institucional e econômico para serem debatidas. Segundo Renan Calheiros, o presidente foi receptivo e pediu que ele iniciasse as discussões das medidas com os ministros da Casa Civil da Presidência, José Dirceu, e da Fazenda, Antonio Palocci.

Entre as medidas propostas estão a continuidade da reforma do Judiciário, desburocratização, choque de gestão e reforma política. Na área econômica, Renan Calheiros propõe o debate de medidas para reduzir a carga tributária e o endividamento dos estados e municípios, a distribuição das contribuições sociais com estados e municípios, recuperação de créditos do setor privado e o tratamento de pequenos negócios, entre outros.

A iniciativa do presidente do Senado teve o apoio dos governistas que estavam em plenário, quando Renan Calheiros fez um relato das propostas entregues ao presidente Lula. Os líderes da oposição manifestaram apoio, mas destacaram que a intenção não pode comprometer a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. "Estamos dispostos a discutir e debater esta agenda. No entanto ela não pode excluir a CPMI dos Correios", disse o líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), no que foi apoiado pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).

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