Postos do INSS no Rio só atendem casos de perícia médica já marcada

02/06/2005 - 10h57

Jorge Eduardo Machado
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os servidores da Previdência Social entraram em greve hoje, por tempo indeterminado, em todo o país. Eles estão em campanha salarial e reivindicam 18% de reajuste, além do plano de cargos e carreira, incorporação de gratificações e piso salarial de R$ 1.500. Segundo o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindpsrev) Jorge Pinto, somente serão atendidos os casos de perícia médica.

Num dos maiores postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Rio de Janeiro, na Praça da Bandeira, zona norte, muita gente chegou cedo para conseguir lugar na fila. Quando uma funcionária informou que o atendimento ficaria restrito aos casos de perícia médica marcada, houve reclamação de pessoas como o despachante Isaac Braha, de 60 anos, que pretendia dar entrada no pedido de aposentadoria, e agora não sabe quando poderá requerer o benefício.

"É triste, porque posso ter de esperar meses. Vou continuar trabalhando até acabar a greve, porque tenho de correr atrás de dinheiro", lamentou Isaac.

O dirigente sindical Jorge Pinto disse que o fim da greve dependerá das negociações com o governo federal. Ele reiterou que apenas os casos de perícia serão atendidos. "Todos os outros casos terão de aguardar o término da greve e a sensibilidade do governo em relação a essas pessoas, para que elas não sejam prejudicadas pelo movimento. Porque a paralisação é conseqüência de atos do governo", afirmou.

Os servidores da rede estadual de saúde do Rio também estão em greve por tempo indeterminado, o que afeta o atendimento em nove hospitais da região metropolitana. Nesse caso, os grevistas reivindicam a suspensão dos contratos com as cooperativas, a realização de concurso público e melhores condições de trabalho.