Olga Bardawill
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza – A comissão especial formada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, para acompanhar as investigações sobre um suposto grupo de extermínio dentro da Policia Militar do Ceará, continua apurando dados e informações para concluir o relatório no prazo de 60 dias. Entretanto, depois de ouvir os depoimentos de várias testemunhas, os integrantes da comissão já sabem que 60% dos envolvidos são de policiais militares.
Segundo o promotor José Antonio de Oliveira Filho, que lidera a Força Tarefa do Ministério Publico Estadual encarregada de investigar o caso, o número de vítimas, apenas entre 2000 e 2002, pode chegar a 30. O promotor entregará à Justiça ainda hoje a lista de gerentes da rede de farmácias, além de seguranças particulares e de outros policiais – todos envolvidos nos casos de mortes ocorridas em assaltos a farmácias.
O secretário de Segurança Publica do Ceará, Wilson Nascimento, negou novamente que soubesse do suposto grupo de extermínio dentro da Policia Militar do Ceará. Ele lembrou que as investigações foram feitas em segredo de justiça.
O deputado estadual Francisco Cavalcanti não se convenceu com a declaração de Nascimento e quer criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Mas essa iniciativa terá de esperar, pois a Assembléia já tem duas CPIs em andamento. E esse é o número máximo permitido pelo regimento da casa.