Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O delegado que coordena as investigações da Polícia Federal sobre as denúncias de corrupção nos Correios e no Instituto Brasil de Resseguros (IRB), Luís Flávio Zampronha, disse que o próximo passo será ouvir o repórter responsável pela matéria com as denúncias publicadas pela revista Veja. O novo depoimento servirá para delinear os próximos passos da investigação. O ex-diretor do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, deve prestar novo depoimento na próxima semana, segundo o delegado.

Zampronha disse que o fato de o ex-presidente do IRB ter negado qualquer conhecimento quanto à cobrança de mesada do PTB à instituição não encerra as investigações. Ele explicou que o depoimento do corretor de seguros Henrique Brandão, apontado como principal ligação entre o PTB e o IRB, também será tomado.

O inquérito vai apurar também as ligações entre a Assurê Corretagem de Seguros – empresa de Brandão – e o IRB. Pelo menos três estatais (Furnas, Infraero e Eletronuclear) indicaram a Assurê como seguradora, através do IRB. O delegado explicou que é preciso entender porque os dirigentes das estatais tiveram essa escolha. "Queremos saber as razões que levaram essas empresas a indicar a Assurê", disse.

O ex-presidente do IRB, Lídio Duarte, prestou depoimento nesta manhã na Polícia Federal, em Brasília. Ele negou a existência de qualquer tentativa de cobrança de "mesada" de R$ 400 mil do instituto em favor do PTB. De acordo com o advogado de Lídio, José Araújo de Almeida, as denúncias publicadas na imprensa são fantasiosas.

AD