Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio – O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de maio, no Rio de Janeiro, teve variação de 0,75%, nos preços coletados entre os dias 1º e 30 daquele mês. O resultado é 0,27 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior. No acumulado do ano, o IPC variou 3,58%, enquanto nos 12 meses até maio, ficou em 7,38%. O resultado foi divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Três dos grupos pesquisados apresentaram desaceleração com destaque para Transportes, que passou de 3,72% para 1,18% e Alimentação caindo de 1,47% para 0,89%, seguidos de Educação, Leitura e Recreação. Nesse grupo, a queda foi de 0,01 ponto percentual, passando de 0,00% em abril para – 0,01%. O economista da FGV, André Furtado explicou que no caso do primeiro grupo a queda foi em conseqüência do fim do efeito dos reajustes no subgrupo transporte público urbano. A variação verificada em tarifas de ônibus urbano caiu de 9,17 % para 3,05%, na tarifa de táxi passou de 11,07% para 0,34% e no metrô caiu de 9,84% para 0,00%. Na Alimentação 15 dos 21 gêneros pesquisados tiveram variações menores que em abril. O economista explicou que o IPC já está captando alguns repasses de quedas ocorridas no atacado. Ele destacou o óleo de soja, o açúcar refinado e os laticínios. "Todos apresentando quedas e isso favoreceu a redução da taxa do IPC de 1,02% para 0,75%", explicou.
André Furtado afirmou que a expectativa é continuar com redução para este mês porque ainda está sendo captado o efeito de reajustes de medicamentos e do vestuário, que devem ter quedas acentuadas ao longo de junho. "À medida que o mês de junho avança é possível que o efeito dos medicamentos seja um pouco menor, assim como do vestuário, também , sem contar que poderemos receber ainda mais influências de queda no grupo Alimentação, porque o IPA (Índice de Preços por Atacado) ainda registra forte desaceleração em grande parte de itens que também são computados para o consumidor. Tem boas chances de ser menor", avaliou.
O economista da FGV disse que a queda verificada no IPC de São Paulo (0,05 ponto percentual) de maio em comparação ao mês anterior foi menos intensa do que no Rio , porque no mês passado em São Paulo não teve tanta influência de preços administrados como aconteceu no Rio de Janeiro. Lá, o maior impacto foi em março por conta dos reajustes dos ônibus urbanos e no Rio foi um pouco depois.
Por conta da desaceleração verificada no IPC, André Furtado acredita que também o Índice Geral de Preços (IGP) devem apresentar taxas menores.O IPC é um dos três índices que formam o IGP, os outros são o Índice de Preços por Atacado(IPA) e o outro o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) "A contribuição para a formação do IGP também deve ser um pouco menor favorecendo a redução do indicador", afirmou.
Quanto a novas pressões de preços administrados o economista lembrou que no final de junho haverá reajustes de telefonia fixa e esse é um item que pesa bastante na cesta de consumo das famílias e pode causar pressão no Índice de Preços. " Na inflação de junho esse reflexo deve ser muito pequeno . Deve ficar contido mais na inflação de julho", explicou.
O IPC-RJ é calculado de acordo com as despesas de famílias que têm rendimento entre 1 e 33 salários mínimos.