Governo vai centralizar negociações com servidores federais em greve

02/06/2005 - 14h29

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que o governo pretende centralizar as negociações com os servidores públicos federais que entraram em greve nesta quinta-feira (2). Após se reunir com representantes dos servidores, o ministro disse que ainda este mês serão retomados os trabalhos na Mesa Nacional de Negociação Permanente.

"O governo vai falar uma linguagem só, essa é a orientação que nós temos", afirmou Bernardo. "Se fizermos uma negociação em fatias, provavelmente vamos precisar de 150% do orçamento para cobrir depois o resultado da negociação. Portanto, queremos fazer uma negociação centralizada e com critérios unificados para os servidores". O ministro pondera, no entanto, que o governo leverá em conta a situação de cada categoria. "Vamos continuar fazendo negociações separadas dentro de um critério geral".

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), servidores dos ministérios da Agricultura, Fazenda, da Fundação Nacional do Índio (Funai), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Advocacia-Geral da União (AGU), entre outras categorias, paralisaram as atividades por tempo indeterminado. Também paralisaram as atividades servidores dos ministérios da Saúde, Trabalho e Previdência Social.

Na pauta de discussões estão questões como a reposição de perdas salariais – segundo a Condsef, em algumas categorias seria necessário um reajuste de até 120% para recompor as perdas referentes ao período de janeiro de 1995 a dezembro de 2004. Os servidores pedem ainda a criação de uma política salarial, com a incorporação das gratificações.

Os servidores em greve também reivindicam a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas assim com a realização de novos concursos públicos. A Condsef representa cerca de 600 mil trabalhadores em todo o país.