Ex-presidente do IRB nega ter havido pedido de ''mesada'' para o PTB

02/06/2005 - 15h14

Priscila Mazenotti
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Em depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, o ex-presidente do Instituto Brasil de Resseguros (IRB) Lídio Duarte negou hoje a existência de qualquer tentativa de cobrança de "mesada" de R$ 400 mil do instituto em favor do PTB. As informações foram dadas por seu advogado, José Araújo de Almeida.

As declarações de Duarte à Polícia Federal reafirmaram que não existe envolvimento do deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, com o suposto crime de propina. Duarte disse ainda que era apenas "comercial" sua relação com o corretor de seguros Henrique Brandão. Segundo reportagem publicada na imprensa há duas semanas, uma fonte não identificada afirma que Duarte deixou a presidência do IRB em março por sentir-se pressionado por Brandão. O corretor seria intermediário do PTB no pedido de propina mensal de R$ 400 mil.

De acordo com José Araújo de Almeida, as denúncias publicadas na imprensa são fantasiosas. "É fantasia, isso não existiu. Nunca houve esse debate. Ele (Lídio Duarte) desmente a revista".

Lídio Duarte confirmou que o IRB tinha relações de trabalho com a Assurê Corretagem de Seguros, empresa de Brandão, onde trabalha o genro de Roberto Jefferson. Porém, segundo ele, o contato com a empresa se restringia a uma relação "normal", na definição do advogado José Araújo de Almeida.

Duarte não foi indiciado. Ele prestou depoimento como testemunha.

A direção do IRB, instituto vinculado ao Ministério da Fazenda, abriu sindicância interna para apurar as denúncias. A PF também abriu inquérito para investigar a denúncia.

A comissão de sindicância do IRB é composta de quatro gerentes, todos funcionários de carreira, que já realizaram uma primeira reunião com o objetivo de esclarecer os fatos. A comissão tem prazo de 15 dias a partir da última segunda-feira (30) para divulgar relatório final sobre as denúncias.