Arlindo Chinaglia diz que governo não quer enterrar CPI dos Correios

02/06/2005 - 15h30

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que o governo não pretende "enterrar" a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios. Chinaglia disse que o Executivo já tomou as medidas necessárias para garantir as investigações. O deputado João Leão (PL- BA) apresentou recurso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que contesta a constitucionalidade da CPMI.

"A diferença de nós falarmos contra a CPI do governo passado é que, no governo passado, quando a Polícia Federal visitou e encontrou lá milhares ou milhões na casa do presidente do Banco Central à época, Chico Lopes, o então presidente da República (Fernando Henrique Cardoso), de Londres, condenou e mandou demitir o superintendente da PF do Rio de Janeiro. É só comparar qual é o estímulo, a orientação e a ordem que o atual presidente dá para a PF investigar, daquele governo que demitia quem cumpria a sua tarefa. Estamos seguros que o Executivo está fazendo a sua parte".

O líder também descartou que o presidente Lula esteja decidindo sozinha a articulação do governo na CPI dos Correios, ao ser questionado pela imprensa sobre possíveis reclamações de parlamentares do PT. "Isso é fantasia. Precisa ver se alguém está com febre ou não. Isso é um trabalho próprio do Congresso Nacional". Ele acrescentou que as decisões do presidente fazem parte das prerrogativas do cargo que ocupa. "Isso é próprio da solidão do poder. Quando o presidente da República tem que nomear ministro e demitir ministro, será que ele tem ouvir o PT? Ou ouvir toda a base aliada? Na minha opinião, não. Ele vai ouvir quem ele quiser, até porque o eleito para presidente é ele".