Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O desemprego, a informalidade e a queda da renda média real são os maiores problemas enfrentados pelo trabalhador no Brasil. A quantidade de pessoas de 16 a 59 anos que participam do mercado de trabalho variou pouco, passou de 73,2% em 1995 para 74,9% em 2003. No entanto, a taxa de desemprego saltou de 6,2% para 10% no mesmo período. Isso significa um aumento do trabalho informal. É o que mostra um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), intitulado Radar Social 2005, divulgado hoje (1º) em Brasília.
A informalidade aumentou, mantendo-se elevada desde o começo da década de 90. A participação dos trabalhadores sem carteira assinada e por conta própria passou de 44,7% em 1995 para 47,2% em 2002. Apesar da revolução tecnológica nas empresas ter eliminado postos de trabalho, a pesquisa também aponta os encargos trabalhistas com causa da diminuição do emprego formal. O estudo mostra também que, entre os que trabalham por conta própria, 81,9% não contribuem para a previdência.
As regiões metropolitanas são, em geral, as que apresentam os maiores percentuais de desemprego. Nesses locais, a falta de trabalho subiu de 7% para 13% entre 1995 e 2003, enquanto que em áreas não metropolitanas esse índice subiu de 5% para 8,2%. As cidades onde o desemprego mais cresceu são, pela ordem, Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
Segundo a pesquisa, o aumento do desemprego se deve ao fato de a economia ter crescido a um ritmo mais lento do que o necessário para criar novos postos de trabalho. "O aumento do desemprego teve como principal causa o fraco desempenho da economia brasileira, que ao longo dos últimos 20 anos não conseguiu estabelecer períodos de crescimento sustentado", afirma a pesquisa, citando como exemplo o fracasso de diversos planos econômicos estabelecidos durante os anos 80 e no início dos anos 90.