Palocci defende política econômica que controla inflação, mas gera crescimento menor

01/06/2005 - 19h51

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, defendeu hoje a política monetária exercida pelo governo nos últimos meses. Segundo ele, o crescimento de 0,3% da economia brasileira no primeiro trimestre desse ano, resultado divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não coloca em questionamento a política monetária do Banco Central.

"Não penso que o resultado do PIB questiona a política monetária. Os dados mostram a correção da política monetária. O esforço feito respondeu a uma necessidade para colocar a inflação de novo numa trajetória de queda, que nós já começamos a observar agora nos índices de atacado. E penso que isso vai se refletir em dados melhores no próximo período", afirmou.

De acordo com Palocci, a política de elevação dos juros praticada pelo Banco Central desde maio do ano passado não deve ser encarada como um elemento negativo ao crescimento do país. O ministro acredita que a garantia da estabilidade dos preços, resultado da política monetária, preserva a renda das famílias e, conseqüentemente, o poder de compra, gerando crescimento.

"[O combate à inflação] é um dado positivo para a realidade. Nós não podemos ver o combate à inflação e seus instrumentos necessários como um dado ruim para a realidade. A defesa dos salários e, portanto, a defesa da renda é um elemento fundamental de combate à inflação porque o crescimento da renda, dos salários é o que pode garantir um crescimento sustentável de longo prazo", disse.

Palocci disse ainda preferir um país que esteja realizando esforços para manter a inflação sob controle a um país que "comemore números de crescimento tendo diante de si uma inflação descontrolada".