Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) vai permanecer naquele país por mais 24 dias. A decisão foi divulgada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas hoje, mesmo dia em que a missão deveria terminar.
De acordo com o comandante do grupo, general Augusto Heleno Ribeiro, a tropa permanecerá no país por "um problema orçamentário". O general explica que o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediu um acréscimo no contingente policial efetivo: mais 750 soldados e 250 policias civis internacionais. "Isso significa um aumento de custos para as Nações Unidas. E os dias extras foram exatamente para que haja prazo para se discutir este aumento", revela. Atualmente, mais de seis mil soldados ligados ao organismo protegem o país.
Ribeiro afirma que a Organização das Nações Unidas (ONU) também vai discutir outro prazo neste mesmo período: o da prorrogação definitiva da missão. O general informa que Kofi Annan quer ampliar o mandato da tropa em um ano. Com isso, o secretário pretende garantir a segurança dos haitianos durante as eleições previstas para este ano.
No entanto, esta ampliação também não é um consenso. A China – um dos 15 integrantes do conselho – apóia uma extensão de apenas seis meses no período estabelecido.
O general Ribeiro afirma estar indiferente às divergências. Ele assegura que o objetivo do grupo é continuar o trabalho, independente do número de dias. "Nosso objetivo é continuar trabalhando. Não nos preocupa a quantidade de meses desta prorrogação. Este é um problema político do Conselho de Segurança", destaca.
O Haiti é o país mais pobre da América Central e vive instabilidades políticas desde sua independência, em 1804. Em fevereiro do ano passado, o então presidente Jean-Bertrand Aristide deixou o país e asilou-se na África do Sul. O presidente da Suprema Corte, Bonifácio Alexandre, assumiu a presidência, interinamente.
Nesse período, a ONU foi convocada para apoiar a transição política e manter a segurança interna. Para isso, foi formada a Minustah que assumiu em 01 de junho de 2004. Além do Brasil, Argentina, Benin, Bolívia, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e Uruguai compõem a missão.