Renata Franke
Da Agência Brasil
Brasília – A escassez de oferta de moradia e o seu elevado preço são os principais problemas habitacionais no Brasil, segundo o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado hoje (1º).
Essa situação é agravada pelo fato de que grande parcela de população reside em assentamentos informais e precários, sem serviços de infra-estrutura urbana adequados. Problemas que são mais visíveis nos grandes centros urbanos, onde mais de 7,3 milhões de pessoas residem em habitações com irregularidades fundiárias.
O Ipea informa que só no estado de São Paulo são mais de 2,4 milhões de moradores ilegais. O superpovoamento domiciliar também reflete a escassez de moradia no Brasil. Cerca de 17 milhões de pessoas (9,9% da população total) moram em residências com densidade superior a três pessoas por dormitório.
A situação do saneamento básico também é crítica. Aproximadamente 28,5% da população urbana (41,8 milhões de pessoas) não têm acesso simultâneo aos serviços de água, esgoto e coleta de lixo. A parcela da população, que está na faixa de renda correspondente de até meio salário mínimo domiciliar per capita, é a mais afetada – corresponde a cerca de 60% do total do déficit urbano de saneamento adequado existente no Brasil.
A pesquisa mostra ainda que o crescimento da população brasileira tem sido declinante nos últimos anos devido, principalmente, à queda da fecundidade. A taxa de mortalidade também caiu, resultando no aumento da expectativa de vida do brasileiro (em torno dos 70 anos). Como conseqüência, a estrutura etária da população foi alterada, e o número de crianças e idosos aumentou em relação ao de adultos.