Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – O número de empregos criados na indústria fluminense em abril foi de quatro mil, em decorrência do aumento de 1,09% no pessoal ocupado do setor em comparação ao mês anterior, de acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada hoje, nesta capital, pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Este foi o maior percentual de aumento desde maio de 2004.
A economista Luciana de Sá, chefe da Assessoria de Pesquisas Econômicas da Firjan, explicou à Agência Brasil que metade da taxa foi determinada pelo setor de Vestuário e Calçados, que se encontra em um momento sazonal positivo, influenciando também as variáveis horas trabalhadas e massa salarial, cujos aumentos foram da ordem de 2,40% e 3,73% em abril sobre março.
O estudo atribui a elevação do emprego industrial a fatores como sazonalidade, maior produção, reposição de estoques e novos projetos. Em comparação a abril de 2004, o aumento foi de 2,26%. No quadrimestre janeiro/abril de 2005, o emprego industrial fluminense subiu 2,8%, o que representou o melhor resultado para o quadrimestre da série iniciada em 1992.
Luciana de Sá deixou claro que ainda não se trata de uma explosão de emprego, embora não seja um quadro ruim. "Pelo contrário. O quadro de emprego ainda não foi atingido pela redução do ritmo da economia", avaliou. O nível de emprego registrado em abril é positivo, mas continua inferior ao observado em 2003. A economista declarou que "só se faz redução de emprego quando há percepção de que haverá queda de produção e essa queda não será transitória e sim algo mais permanente". Isso, contudo, não está delineado no momento.
Vários fatores estão segurando a atividade, manifestou Luciana de Sá. Entre eles, destacou a mudança na composição de crédito, com peso maior do crédito consignado, mais barato; as exportações, que seguram setores mais direcionados para o lado internacional; e o quadro do emprego e renda ainda positivo ajudando a segurar a demanda. Daqui para a frente, só haverá repercussão do ritmo mais lento da atividade sobre o emprego se houver uma percepção de que o quadro de aperto monetário vai ser mais longo do que se imagina, disse a economista. "Há uma série de incógnitas que não permitem ter um quadro temporal da atividade mais definido".