Exportações em maio se aproximaram pela primeira vez de US$ 10 bilhões

01/06/2005 - 19h32

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília –As exportações brasileiras se aproximaram, pela primeira vez, da faixa de US$ 10 bilhões num mês, em maio último, quando foram registradas vendas de US$ 9,819 milhões, conforme números mostrados pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho. "Esse fato se torna mais importante, conforme ele, em vista da queda na venda de produtos de peso na balança comercial, como aviões e soja". Apesar disso, as exportações brasileiras cresceram 23,6% no quinto mês do ano e as importações mais 31,8%, em relação a abril (US$ 6,367 milhões). Houve saldo comercial positivo de US$ 3,450 milhões em maio, resultado nunca atingido pelo Brasil, conforme Ramalho.

O aumento das importações foi impactado por mais compras de petróleo, que ficaram acima dos números de abril. A corrente de comércio, que é a soma de importações e exportações, somou, desta maneira número também recorde, em maio, da ordem de US$ 16 bilhões, destaca Ivan Ramalho.

O valor acumulado das exportações de janeiro a maio está em US$ 43 bilhões e nos últimos 12 meses a soma das exportações está em US$ 105,9 milhões. O secretário de Comércio Exterior avalia que esse número reflete de forma mais consistente o avanço sucessivo dos resultados positivos da balança comercial brasileira, "que está tendo crescimento médio acima do comércio mundial como um todo". Os produtos básicos, manufaturados e semimanufaturados, no geral, estão, todos, registrando crescimento nas vendas, mês após mês, conforme Ramalho.

As exportações em maio cresceram tanto em volume quanto em aumento de preços de produtos importantes. As exportações de minério de ferro cresceram, no geral, em maio, e isso era esperado também em relação à soja. O secretário de Comércio Exterior afirmou que é preciso averiguar porque houve queda nas vendas de soja, mas calcula que pode ser devido a expectativas de safras ou a variações de preços no mercado internacional.

Ele destaca que alguns produtos não tradicionais na pauta de exportação tiveram crescimento acima de 100% nas vendas; estados que não eram exportadores tradicionais estão participando mais ativamente da balança comercial, aumentando a diversificação na pauta de produtos. Ao mesmo tempo também está havendo a adesão de novos compradores.

Para a Europa Oriental, que não era comprador tradicional, por exemplo, as exportações cresceram em maio 113%, para a África 52%, tendo havido crescimento menor para o Oriente Médio. Para países da ALADI (como Colômbia, Uruguai, Peru, Venezuela, Chile e Argentina), as exportações somaram em maio US$ 2,160 milhões, superando os índices de venda no mês para os Estados Unidos, o maior parceiro comercial do Brasil.

A julgar pela média diária recorde de US$ 467.6 milhões que se verificou em maio, e pelos números gerais dos 5 primeiros meses do ano, o secretário de Comércio Exterior Ivan Ramalho calcula que ao final de dezembro o país poderá ter exportado até acima dos US$ 112 bilhões estimados pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, para 2005.