Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Pode ser transferido ainda hoje para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, a pedido da Justiça, o pernambucano que vinha usando nomes de autoridades, inclusive do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros da Casa Civil, José Dirceu, e da Fazenda, Antonio Palocci, para obter vantagem financeira com a venda de informações falsificadas.
Alexandre Magero, de 29 anos, foi preso ontem, nesta capital, por delegados e agentes da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal de Brasília, que interceptaram o envio de correspondência eletrônica dele para a embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. A idéia era extorquir dinheiro com venda de supostas denúncias de irregularidades contra políticos.
Os policiais apreenderam na casa de Magero, no bairro da Torre, na zona norte, documentos e um computador. Na lista das vítimas estão o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima e a governadora do Rio Grande do Norte, Vilma Faria. Contra a governadora foi feita uma denúncia, nunca comprovada, de que teria conta nas Bahamas.
O delegado da Polícia Federal Vitor Hugo Ferreira, que ouviu ontem o depoimento do preso, disse que é impressionante a capacidade de Magero fantasiar. "Ele inventou que integrantes do PSDB teriam aberto contas em paraísos fiscais, no exterior, em nome de ministros da área econômica, com a intenção de desestabilizar o governo do presidente Lula, quando o caso viesse a ser descoberto", disse.
O estelionatário, que já vinha agindo há pelo menos três anos em quatro estados, vai responder por crimes de falsidade ideológica, extorsão e estelionato. Somente em São Paulo, ele está envolvido em cinco acusações do Ministério Público por estelionato e calúnia.