Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Cooperativa de Crédito da Indústria do Distrito Federal – Credindústria – é filiada ao Bancoob (Banco Cooperativo do Brasil) e, assim, seus associados podem desfrutar de praticamente todos os serviços bancários existentes, de talões de cheque a seguros. Com o cartão magnético, têm acesso às maiores redes de débito automático em conta corrente e, agora, poderão até mesmo dispor de cartão de crédito internacional.
Além de empresários e empresas, pessoas físicas e jurídicas do setor industrial, a Credindústria também aceita a filiação de funcionários das empresas associadas. A diferença é que, a princípio, eles podem contribuir com uma cota de R$ 50. Para terem direito a votar e ser votados nas assembléias, precisam completar a cota regular, de R$ 500. Com a cota de R$ 50, têm direito apenas a conta corrente, cartão magnético e empréstimos consignados em folha de pagamento.
A maior taxa de juros cobrada pela Credindústria, a do cheque especial, é de 3,99% ao mês – menos da metade da taxa média do cheque especial apurada pelo Procon de São Paulo, hoje superior a 8% ao mês. A cooperativa hoje realiza, com fundos próprios, empréstimos de até R$ 50 mil por no máximo 90 dias, com uma taxa que oscila entre 2,69% e 3,58% por mês.
Segundo a gerência da Cooperindústria, os associados usam esses fundos como capital de giro, além de realizar operações de troca de cheques e títulos. Dependendo do porte da empresa, ela pode encontrar taxas mais baixas no mercado. A vantagem, segundo o empresário Paulo Mota, um dos associados à cooperativa, se dá principalmente para os pequenos.
Além disso, os associados também podem ter acesso a empréstimos do Bancoob, que tem acesso a fundos públicos como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo o gerente de negócios da Cooperindústria, Carlos Fernando Lages, o Bancoob informa cobrar 50% do spread (a diferença entre os juros que a instituição paga para captar dinheiro em relação aos juros que cobra para emprestar ao cliente) praticado pelo Banco do Brasil ao intermediar o acesso a fundos do BNDES.
Quem deposita seus recursos na cooperativa tem acesso a dois tipos de aplicação remunerada, o RDC (Rendimento de Depósito Cooperativo) e o DAP (Depósito de Aviso Prévio), que rendem algo entre 1,3% e 1,42% ao mês (taxa CDI), sem contar o Imposto de Renda.
Em seu primeiro ano de operação, a Credindústria não gerou sobras para os cooperados, já que foi preciso saldar os custos de aplicação, mas, no primeiro quadrimestre deste ano, já houve resultado positivo de R$ 46 mil. Como a associação não tem fins lucrativos, se esse saldo persistir até o fim de 2005, os cooperados deverão decidir qual será o destino do dinheiro. Ele pode ser usado como investimento ou retornar para a conta corrente dos associados. E, se os cooperados perceberem que seu "superávit primário" está sendo gerado porque a taxa de juros cobrada está alta, poderão baixá-la após uma decisão em assembléia. Sem necessidade de consultar o Banco Central.