Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Se há uma cooperativa de crédito cujo destino pode dar a medida do sucesso da política do governo federal de apoio ao setor é a Credindústria, Cooperativa da Indústria do Distrito Federal. Em fevereiro de 2004, a inauguração da entidade contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, a criação da Credindústria só foi possível por causa da resolução 3106 do Banco Central, publicada em junho de 2003, logo no início do governo Lula. Até então, só era possível criar esse tipo de associação entre representantes de uma determinada categoria profissional. Foi a 3106 que permitiu a criação de cooperativas formadas por empresários, além de, sob determinadas condições, as cooperativas chamadas de livre associação.
Os mais de 300 associados da Credindústria comemoraram no mês passado a superação da marca de R$ 2 milhões de reais em ativos, incluindo seu patrimônio líquido e o total de aplicações e empréstimos. Mesmo assim, os cooperados acreditam que o sucesso mal chegou. "No momento em que o empresário entender que pode fazer com a cooperativa, deixar o banco e vier para cá, isso aqui explode", imagina Yusef George Nimer, presidente da Credindústria.
Empresário dos setores gráfico e de alimentação, Nimer também é vice-presidente da Federação das Indústrias de Brasília (Fibra). Ele lembra que, antes de comemorarem com a presença do presidente da República a abertura da cooperativa, os empresários esperaram quatro anos pela aprovação de seu projeto junto ao Banco Central. "O plano de criação começou em 2000. Naquela época, nem eram permitidas ainda as cooperativas de empresários", narra.
Hoje, em comparação, segundo Nimer, a partir de parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Cooperindústria já serve como modelo para projetos semelhantes de seis federações estaduais, sendo que, em Minas Gerais, com a Fiemg, um "clone" da cooperativa já se encontra em fase final de implantação.
O empresário avalia que o apoio do governo federal às cooperativas de crédito "está tímido ainda, mas melhorando aos pouquinhos". Atualmente, a Credindústria reivindica junto ao governo federal que essas associações tenham acesso direto, livre da intermediação do banco cooperativo, a fundos públicos como os do BNDES, para ganhar competitividade.