Melina Fernandes
Da Agência Brasil
São Paulo – A possibilidade de greve amanhã no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fez lotar as agências de São Paulo nesta quarta-feira. Segundo um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores e Saúde e Previdência no Estado de São Paulo, José Rubens Decares, as filas hoje estavam quilométricas porque as pessoas já estavam se antecipando. "A nossa expectativa é de que, no mínimo, 90 % das agências façam adesão à greve". Os previdenciários pedem do governo uma proposta de reajuste superior ao 0,1% oferecido.
A assessoria de imprensa da Superintendência do INSS de São Paulo não quis se pronunciar a respeito das filas, mas em duas agências visitadas pela reportagem da Agência Brasil, no centro, na rua Santo Antonio e na Rua Conselheiro Crispiniano, houve grandes filas. O estudante universitário Alex Fabiano Nogueira, de 27 anos, diz que o atendimento no posto da rua Conselheiro Crispiniano, no centro, foi "horrível como sempre". Ele ficou quatro horas na fila só para obter informações e havia muitas pessoas reclamando. Alex disse que se houver greve a situação ficará ainda mais complicada. "De repente eu posso até passar fome porque vou precisar do benefício para cobrir minha doença. Se eles não me pagarem o que eu vou fazer? Eu estou doente e não posso trabalhar".
"Hoje estava lotado por causa da greve. A mídia anunciou que eles iam fazer greve, aí lotou", disse o auxiliar de escritório Edson Lourenço Pinto, de 32 anos. Já a auxiliar de escritório Sara da Paz Araújo, de 32 anos, chegou à agência às 10h, mas só foi atendida por volta das 15h, em razão da sobrecarga do sistema.
Os previdenciários pedem uma reposição salarial emergencial de 18%, a adoção do plano de carreira negociado a partir do ano passado e a contratação de 5 mil servidores por meio de concurso público.