Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considerou "pífio" o crescimento de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, conforme divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Este é o pior resultado dos últimos sete trimestres, projetando expansão anual de apenas 1,21%", ressaltou, em nota divulgada à imprensa. "Este péssimo desempenho deve-se às altas taxas de juros, que fizeram os investimentos expandirem-se apenas 2,3%, na comparação com igual trimestre do ano anterior".
Skaf destacou que, na comparação com o primeiro trimestre de 2004, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, "contra 4,7%, 5,9% e 5,1% nos exercícios anteriores. É sempre bom lembrar que, em 2005, a economia mundial crescerá 4,4%. No primeiro trimestre, a China teve expansão de 9,1% e os Estados Unidos, 3,5%", observou.
Além do resultado do primeiro trimestre deste ano, o presidente da Fiesp destacou que o IBGE reviu o crescimento verificado no ano passado, de 5,2% para 4,9%. Segundo ele, o crescimento de 2004 era reflexo do desempenho das vendas externas, que incentivou o investimento. "Porém, em 2005 tudo está sendo diferente. O aumento das taxas de juros derrubaram os investimentos que puxaram o crescimento em 2004. Estes, contudo, tiveram crescimento de 9,3% no quarto trimestre e de míseros 2,3% no primeiro trimestre de 2005. Na margem, isto significou queda de 3,9% e 3,0%, respectivamente, no quarto trimestre do ano passado e no primeiro deste ano", disse na nota.
Skaf lembrou, também, que o crescimento das exportações contribuiu para o do PIB neste trimestre (13,6%) e no anterior (16,2%). "Mas, a valorização do câmbio aprofundada neste segundo trimestre certamente afetará a contribuição das vendas externas ao crescimento da economia", ressaltou.