Cigarro mata 200 mil pessoas por ano no Brasil, segundo OMS

31/05/2005 - 13h24

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília - Aos 32 anos o servidor público Edson Buscacio fumava 30 cigarros por dia. Em conseqüência desse hábito teve um derrame cerebral. Buscacio sobreviveu. Hoje, aos 39 anos, ajuda a combater o cigarro. "Eu me vi obrigado a parar de fumar e hoje vivo muito melhor". Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cada vez mais pessoas morrem vítimas do cigarro. Só no Distrito Federal, oito pessoas morrem todos os dias devido a problemas relacionados ao fumo. No Brasil, 200 mil pessoas são vítimas do tabaco por ano.

Para chamar atenção da população a respeito da epidemia do tabagismo, desde 1987, a OMS realiza no dia 31 de maio o Dia Mundial Sem Tabaco. Nesse ano, 197 países realizam manifestações e, em Brasília, 2.588 cruzes foram colocadas na Esplanada dos Ministérios, em alusão ao número de pessoas que morreram devido ao cigarro no DF em 2004. O Ministério da Saúde montou no local tendas para atendimento e realização de exames médicos gratuitos.

De acordo com a Coordenadora do Instituto Nacional do Câncer, Tânia Cavalcante, a mobilização serve para sensibilizar os senadores a aprovarem a Convenção-Quadro, que é o primeiro tratado internacional de saúde pública da história com o objetivo de reduzir o consumo de cigarros no mundo.

"As pessoas só têm a perder fumando, isso é um problema sério de saúde pública", alertou Tânia Cavalcante, que espera a rápida aprovação da Convenção-Quatro no Senado. Ela lembrou que o Brasil foi o segundo país a assinar o tratado, mas apesar disso ainda não foi regulamentado. "Infelizmente o Brasil está sendo impedido de fazer parte da convenção, pois o tratado ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional."

Após o ato comemorativo ao Dia Mundial Sem Tabaco, o ministro da Saúde, Humberto Costa, entregou ao presidente do Senado, Renan Calheiros, uma carta com 24 mil assinaturas pedindo que os senadores aprovem com rapidez a Convenção-Quadro. Costa disse ainda "que a Lei contra o tabaco no Brasil é muito mais rígida que a própria convenção", porém, afirmou o ministro, "o tratado ainda não foi aprovado no Senado devido ao forte lobby da indústria tabagista".

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